Nossa História


       Era início do século XX, 1910. A proprietária da fazenda  Roça    Nova, D.Branca, esposa do Coronel Jeremias Parente de Sá teve iniciativa e construir uma capela para nela se reunirem com os moradores, proprietários das fazendas circunvizinhas e juntas rezarem, louvarem a Deus e festejarem os santos nossos intercessores.
     Em forma de mutirão, os senhores proprietários: Joaquim Neto (Boqueirão), Joaquim Clementino (Riacho dos Cavalos), Mendo Callou (das Abóboras), Coronel Jeremias (Represa ), Zé ( do Umari) Inácio Duda ( Riacho das Roças ), Major Inácio ( Barra do Mororó ),Né ( do Junco ), Coronel Cazé (Riacho dos Cavalos ), Né ( do Poço da Pedra ), Né  Grande ( da Queimada Grande ), Coronel D. João (Sanharó) . Com doações de bois, carneiros, produtos de suas colheitas, faziam leilões e arrecadavam dinheiro para a construção.
        Em 1917 a capela estava pronta. Era uma capela bonita. O altar tinha estilo característico das igrejas do século XIX.
         A capela ficou sob os cuidados do vigário de Serrinha (Serrita), que pertencia à diocese de Floresta, o Pe Antônio Joaquim Soares.
         Em visita à Floresta, o Coronel Jeremias e Dona Branca trouxeram as imagens de São Sebastião e do Sagrado Coração de Jesus e as entronizaram na capela, e deu a ao Santo Mártir o titulo de Padroeiro e celebraram a 1° festa em janeiro de São Sebastião.
         No início da década de 40, a fazenda já havia se transformado numa vila. O Sr.Glicério Parente trouxe do Recife a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Era 15 de setembro, logo chegada toda comunidade saiu em procissão com a imagem. Frei Damião e Frei Cipriano se encontravam na cidade e benzeram a imagem. Foi um momento emocionante para os devotos de Nossa Senhora.
         Em reunião a comunidade combinou celebrar a festa de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro encerrando com a Santa Missa no Cruzeiro, em louvor a Santa Cruz. Era vigário Pe Antônio Boutto da paróquia de Leopoldina (Parnamerim), diocese de Petrolina, no governo Dom Idílio.
         A catequese da 1° Eucaristia era responsabilidade das professoras que vinham para lecionar na vila. As primeiras foram D. Maria das Dores e D. Salomé, grandes evangelizadoras. A professora Isabel Cecília de Carvalho foi também um grande exemplo de catequista como diretora de escola motivou as professoras a disponibilizarem de uma hora de aula por semana para aulas de catecismo. No mês de maio toda escola se mobilizava para o dia da Coroação de Nossa Senhora. Uma linda procissão saia da escola Gumercindo Cabral em direção à capela para homenagear a nossa mãezinha do céu.
       As senhoras Cristina, Josina, Donzinha e Dorinha tinham gosto em reunir as crianças para preparação da Eucaristia. Essas mulheres ajudavam na celebração da Santa Missa, rezavam as novenas e juntamente com as senhoras Adélia e Isaura animavam e encantavam os mais novos com orações,cantos e histórias cheias de mensagens evangelizadoras;lembramos do batedor de sino Antônio de Babu, os tocadores de pífano e zabumba; os senhora: João Santiago,Fulgêncio,Antônio Fernando,Flor, Aurélio, Zé Correia, Chico Correia, Antônio Correia e Francisco. Seu Cordeiro que exercia a função de ministro da Comunhão. Maria Maroto que no lugar de Antônio de Babu passou a bater o sino.
      Com o tempo a capela precisava ser aumentada e no ano de 1975 foi demolida para ser reconstruída. Os trabalhadores da construção os senhores: Euclides Barbosa, Antônio de José Pedro e Jose Pirrato construtor da torre, Raimundo Victor e Gumercindo seu filho trabalharam no teto, a obra durou 2 anos e meio,tendo como administrador da obra o Sr. Antônio de Janjão que também trabalhou arrecadando dinheiro. Toda comunidade colaborou através de doações, leilões e rifas.
        A capela se transformou na Igreja Matriz. A caminhada e os trabalhos da comunidade Terra Nova, Guarani e Sítios tinham a assistência do vigário da paróquia Senhora Santana de Parnamerim o Pe Reginaldo que sempre cumpriu sua missão com muita sabedoria desde 1970. Tínhamos como Bispo Dom Antônio Campelo até o ano de 1985. Quando o Pe Reginaldo necessitou se ausentar, o Pe Paulo Sérgio foi enviado para assumir o seu lugar.
        Além dos vigários mencionados, tivemos o Pe Cizenando, Pe Cassimiro, Pe Mariano, Pe Renato, Pe Pedro, Pe Leôncio e Pe Luciano. Dona Adélia e o senhor Glicério ficaram acolhendo os vigários, bispos, religiosos e missionários em sua casa com a ajuda de Dona Maria do Padre que sempre teve um grande zelo por esses servos de Deus.
         Também estiveram na comunidade nos anos de 89,90 e 91 as irmãs: Lurdes, Mary, Marilene e Maria das Neves enviadas pelo novo bispo da diocese de Petrolina Dom Paulo Cardoso.
        A irmã Regina filha da terra também tem sua contribuição na evangelização, em suas visita a sua terra natal.
        No ano de 2001 a igreja precisava ser restaurada. A comunidade se mobilizou por intermédio das pastorais que trabalharam arrecadando a quantia necessária para despesas. O Sr. Paulo Edson, coordenador da pastoral da família administrou os trabalhos.
       A casa de Deus foi renovada e no ano de 2004 tivemos a visita de Dom Paulo acompanhado de padres, freiras, seminaristas e missionários, numa missão que durou 10 dias. Sua visita veio trazer muitas benções para a nossa terra. Tivemos nesse ano abundantes chuvas e boas colheitas, e um novo rumo para nossa comunidade católica: transformá-la em paróquia. Como prometera em abril enviou o Pe Francisco Muniz para residir na cidade e fazer uma experiência de uma quase paróquia.
      Pe Muniz deu assistência a comunidade durante 5 anos e 6 meses. A comunidade teve uma nova consciência.
      Ele tinha uma espiritualidade voltada para com o zelo pela casa de Deus, espaço físico, como também para com a morada do Espírito Santo-o nosso corpo. Exortava os fiéis a terem um comportamento respeitoso na casa de Deus, usando vestes adequadas, como também a preparação interior para participar dignamente da mesa da Eucaristia. No inicio as suas exigências eram criticadas, mas aos poucos os fieis foram tomando consciência e mudando o comportamento.
     Como aconteceu com a saída de Pe Reginaldo, também foi com o Pe Muniz, o povo depois de ter se afeiçoado a estes servos de Deus, chorou o afastamento dos mesmos.
      Em setembro Dom Paulo envia a esta comunidade o Pe Domingos Malan e o diácono José Nilton com a missão de transformar a quase paróquia numa paróquia. A determinação desde padre reanimou os grupos de pastorais e lideranças das comunidades rurais e trabalharam com vigor.
     As dificuldades foram muitas, mas com a determinação de Pe Malan e a força de vontade do diácono José Nilton os grupos, as comunidades rurais e todos os que tinham interesse de ver este sonho realizado, trabalharam. E tudo foi possível porque Jesus caminha conosco, Ele é nossa luz, a sua razão de tudo. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Sebastião nosso padroeiro com certeza deram a maior força.
      A comunidade mãe em comunhão com as comunidades: Guarani, Várzea da Barra, Destino, Malhada do Canto, Espinhos, Sussuarana, Passagem de Pedra, Jatobá, Junco, Alazão continuemos nossa história, fazendo crescer toda comunidade de fiéis comprometidos com o batismo.

Terra Nova, 25 de abril de 2010.